La Haine: 24 anos de influência no streetwear europeu
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Drama francês de 1995, La Haine (O Ódio) foi escrito, produzido e co-editado por Mathieu Kassovitz e continua tão atual como há 24 anos atrás. De enredo simples, nele se vê retratada a vida e a juventude nos subúrbios de Paris. É a história de três amigos, filhos de imigrantes, deslocados e desmotivados pela pobreza e desemprego e sem perspetivas de futuro. História contada através de um intervalo de tempo de 19 horas das suas apáticas rotinas.
“E o que tem isso que ver com o streetwear?”, perguntam vocês… e bem! Simples! Em La Haine, a roupa que cada um dos três personagens principais veste é usada como uma forma de expressar uma espécie de sentimento de “rebelião”.
Marcas como Carharrt, Nike, Lonsdale ou Everlast surgem para representar um determinado conflito interior. Mais do que isso, as roupas são parte integrante da caracterização: Vinz - reprimido, emocionalmente impotente - permanece fechado no seu agasalho Nike por toda parte. Enquanto isso, Hubert veste Carhartt e Everlast: ele é zangado e feroz, mas quando se trata de violência, como mostrado no desenlace do filme, é gentil e perigoso. Saïd - confuso, perdido, sem forma - adere a roupas sem marca. E são tantas outras as referências e marcas invocadas no filme.
Em La Haine, como em muitas subculturas desprovidas de privilégios, as roupas sinalizam desejo e resistência - a esperança de que, se nos parecermos e imitarmos as figuras em que gostaríamos de nos tornar, personificaremos sua essência.
Mas nada como rever algumas das imagens de La Haine para perceber como continua tão presente e influente no cenário do streetwear europeu (e não se esqueçam que estas cenas foram filmadas em 1995).